Como as emoções influenciam as decisões empresariais
- Lucas Izoton
- 13 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 6 dias
Quantas decisões você tomou hoje? Se você é um empreendedor ou executivo, pesquisas indicam que toma, em média, uma decisão a cada 9 minutos — o que pode chegar a 100 decisões diárias, das mais simples às mais estratégicas. Em um mundo em constante transformação, a maneira como nos sentimos influencia diretamente como escolhemos, negociamos e lideramos.
O lado direito do cérebro, responsável pelas emoções, e o lado esquerdo, pela razão, funcionam em constante diálogo. Mas em situações de estresse, cansaço ou até após uma noite mal dormida, o equilíbrio entre os dois hemisférios se rompe — e é aí que o emocional pode falar mais alto.
Não é incomum que uma discussão familiar ou uma má notícia no jornal matinal interfira negativamente na produtividade. Da mesma forma, um elogio sincero ou um pequeno sucesso pode impulsionar o desempenho e inspirar decisões ousadas. A emoção tem um papel poderoso, mesmo em escolhas consideradas “racionais”.
A psicóloga americana Barbara Fredrickson demonstrou em seus estudos que emoções positivas ampliam o repertório de pensamento e ação dos indivíduos, favorecendo criatividade e resiliência. Por outro lado, o excesso de emoções negativas pode gerar retração e aversão a riscos — algo crítico em momentos que exigem inovação.
No Brasil, por exemplo, uma mínima variação da taxa Selic anunciada pelo COPOM pode tecnicamente afetar um pouco o crédito empresarial. Mas emocionalmente, muitos empreendedores sentem-se desmotivados diante de uma previsão negativa da economia, o que resulta em redução de investimentos, adiamento de decisões e queda de produtividade.
Frases como “o país está quebrado” ou “ninguém mais compra nada” ditas em horário nobre têm um poder imenso de contágio emocional e comportamental. Elas podem ser suficientes para frear uma contratação ou um pedido de mercadoria, mesmo que o negócio esteja em boa fase.
Pesquisas da Harvard Business Review indicam que líderes que equilibram razão e emoção tomam decisões mais eficazes e constroem equipes mais engajadas. Já dados da Gallup mostram que colaboradores emocionalmente envolvidos são até 21% mais produtivos e têm menor rotatividade.
Por isso, é importante cultivar equilíbrio emocional e senso crítico na hora de consumir informações. Ter autoconsciência sobre o impacto do próprio estado de ânimo nas decisões é tão relevante quanto conhecer os dados financeiros do negócio.
Aliás, tenho uma fantasia pessoal, quase um sonho: criar um blog chamado “Good News”, voltado exclusivamente a compartilhar notícias mais otimistas e construtivas. E mesmo quando as notícias forem difíceis, a proposta seria apresentar alternativas e soluções — evitando o excesso de alarmismo e contribuindo com o senso de ação dos leitores.
Como dizia o psicólogo Daniel Goleman: “Grandes líderes passam mais tempo cultivando a inteligência emocional do que apenas focando nos números”. E eu complemento: grandes empreendedores também.
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