Visionários e “loucos”: os que ousam transformar o mundo
- Lucas Izoton

- 13 de out.
- 3 min de leitura

Os grandes transformadores da história — muitas vezes chamados de visionários e, em alguns casos, até de loucos — compartilham uma característica essencial: eles não se conformam com o mundo como ele é. Recusam-se a aceitar limites, desafiam o senso comum e, frequentemente, questionam as leis da matemática, da física ou da sociedade.
Enxergam oportunidades onde os realistas veem barreiras, e constroem novas realidades quando a maioria está ocupada apenas em manter as estruturas já existentes.
Esses indivíduos costumam enfrentar resistência. A sociedade — que valoriza a previsibilidade, a lógica e o conforto das certezas — tende a rejeitar ideias ousadas. Por isso, muitos visionários são criticados, desacreditados e até rotulados como imprudentes ou desequilibrados. Mas, como disse Einstein, “algo só é impossível até que alguém duvide e prove o contrário”. Outra reflexão atribuída a ele é:” Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.
O empreendedor Elon Musk, por exemplo, provocou o mundo ao declarar: “Se eu reinventei os carros elétricos e estou enviando pessoas para Marte, como posso ser considerado uma pessoa normal?” A frase revela não apenas sua ousadia, mas a essência de quem opera fora da curva. E é essa mistura de inteligência, conhecimento, autoconfiança e visão de futuro que gera benefícios para a humanidade.
Recentemente, publiquei um livro chamado Vencedores, disponível na Amazon. Nele, relato a trajetória de personalidades como Steve Jobs, Bill Gates, Jeff Bezos, Elon Musk, Walt Disney — todos visionários e, por que não dizer, um pouco loucos. Eles não apenas sonharam com um futuro diferente: eles o criaram.
Uma frase famosa de Henry Ford ilustra bem essa mentalidade: “Se eu tivesse perguntado aos meus clientes o que eles queriam, diriam que desejavam cavalos mais rápidos para puxarem suas charretes. Eles não teriam dito carros”. Àqueles que enxergam o que ainda não existe precisam conviver com a solidão e aceitar o questionamento dos realistas que vivem o momento presente e suas circunstâncias.
Quando estou pensando em projetos inovadores, ousados e fora da caixa, alguns me chamam de louco. Muitas vezes, para mim, isso soa como um elogio. Recentemente, em um dos meus negócios, lancei um programa chamado “Você está louco!”, cujo objetivo era justamente estimular a equipe a gerar ideias inusitadas e diferenciadas — pequenas “loucuras” criativas. Escolhi esse nome inspirado no livro do empreendedor Ricardo Semler, que considero um verdadeiro visionário da gestão corporativa.
Na década de 1980, quando fui professor universitário, utilizava em sala de aula o livro A Terceira Onda, de Alvin Toffler. Nessa obra, Toffler traçava um panorama futurista sobre como seria o cotidiano das pessoas nas décadas seguintes. Muitas previsões — que à época pareciam extravagantes e quase absurdas — se concretizaram. Ele foi, sem dúvida, um visionário. Não por prever o futuro com exatidão, mas por compreendê-lo antes dos outros.
Visionários têm um traço comum: a autoconfiança. Não aquela arrogância vazia, mas uma fé inabalável em suas ideias. Porque não basta pensar diferente. É preciso agir, construir, realizar. É essa ação que transforma a loucura em legado.
Por isso, ouso dizer: o mundo precisa de mais visionários — e de mais “loucos” que acreditam ser possível mudá-lo. Uma música de grande sucesso do cantor Raul Seixas, “Maluco Beleza”, consagrou essa ideia: a de quem desafia padrões, tem coragem de evoluir e quebrar regras. Creio que o mundo precise, sim, de mais malucos belezas.








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